A nova
estréia de Arnaldo Baptista
Às vésperas dos 60 anos, Arnaldo Dias Baptista mantém
o mesmo espírito inquieto e anárquico de sua juventude. Depois de participar da
festejada volta dos Mutantes aos palcos brasileiros e internacionais em 2006,
despediu-se, mais uma vez, do seu irmão Sergio Dias, em 2007, para cuidar de
projetos pessoais. Em 2008, uma nova surpresa: Arnaldo Baptista está lançando
seu primeiro livro, “Rebeldes entre os Rebeldes”.
Apaixonado por ficção-científica desde a infância,
Arnaldo estréia na literatura com as aventuras interplanetárias de um casal que
foge da Terra e vaga pelo tempo e pelo espaço em busca de paz. A mesma paz que o
autor encontrou ao trocar sua cidade natal, São Paulo, por um sítio em Juiz de
Fora. Agora, arriscando-se na pele de escritor, Arnaldo Baptista nos oferece mais
uma faceta de seu extraordinário talento.
Arnaldo Baptista é um ícone da
música no Brasil e no exterior. O que público e crítica podem esperar de seu
primeiro romance?
Rebeldia à
direção tomada pela evolução. To burn or not to
burn. What is the question? (rebeldia). Romance vem a ser a palavra, que sendo
o primeiro, acende uma esperança; que ascende-nos a algum Deus.
O nome "Mutantes" foi
inspirado em um famoso livro de ficção científica do francês Stefan Wul. Você
sempre foi um entusiasta do tema?
Sim, pois
pessoas como o escritor Ray Bradbury encontram essa acertada direção da
evolução. Na minha juventude creio haver lido todos os livros da Série
Futurâmica.
Como foi o processo de criação de
"Rebelde entre os Rebeldes"?
Encontrei-me,
após ler a Bíblia, perante um desafio de colocar-me num livro. O processo
de criação tem a ver com que sou tudo o que conseguir explicar em função da
minha opinião.
Escrever um livro é mais trabalhoso do
que gravar um disco?
Um livro
é mais fácil, pois você só precisa de uma caneta e papel para mostrar sua
mente. E quanto ela mente. Ficção (pode ser mentira), Científica:
nunca. Um músico depende de outras pessoas. A música e a poesia existem
para explicar o inexplicável.
Em sua obra, um computador
superinteligente chamado Horácio é programado para ajudar a humanidade. Você
acha que um robô pode ser o melhor amigo do homem?
Pode ser,
pois sua memória é algo bem importante. Além da filosofia, da Inteligência
Artificial (Vida). Quanto a isso, enveredo-me pelos caminhos de Cristo, nos
quais a amizade é assexuada (filosofia).
Em "Rebelde entre os
Rebeldes", a música de Beethoven ainda é capaz de fazer diferença em um
universo dominado pela alta tecnologia. Na sua opinião, qual o papel do artista
no século 21?
O papel do artista no século 21 é alcançar uma hiperconsciência dos governos. O
artista deve conseguir definir, entretendo e sendo agradável, a diferença entre
certo e errado.
Você sempre foi um símbolo de
irreverência na música brasileira. O que significa para você hoje a palavra
rebeldia?
Para
ultrapassar a velocidade do som (1200 km/h) houve dificuldade. Para
ultrapassar-se a luz também. Minha rebeldia alcança a fórmula criada
por mim da viagem no Tempo, que é: T = M > C (T = tempo; > = maior, acima;
C = velocidade da luz).
No cenário futurístico de "Rebelde entre os
Rebeldes", um gesto de solidariedade tem o poder de mudar os rumos de um
combate interplanetário. Você é otimista quanto ao futuro do planeta?
Se a humanidade conseguir sair da
Idade do Fogo na qual estamos agora.
Às vésperas dos 60 anos, longe
dos Mutantes, quais seus planos para o futuro?
Pesquisas
na Tecnologia-Definitiva. Provar meus pontos de vista; fictícios ainda. E,
também, expor minhas obras de arte como Artista Plástico que sou.